Friday, March 27, 2009

Roy - part 2



Narcisisticamente, enquanto dava os primeiros passos na rua, Roy reparou em seu braço direito, o que segurava a bengala, e viu que seu tríceps estava marcado. Sorriu internamente de satisfação. Quis ir a uma livraria e folhear alguma coisa mas teria que ser mais tarde, afinal a maior parte do comércio ainda estava fechada àquela hora. Subitamente, um cão conduzido frouxamente por um moleque de uns 45 quilos latiu irritado para Roy, a alguns centímetros de sua perna esquerda. Roy deteve-se, olhou para o cão e deu sua mão para que ele a cheirasse. Alguns segundos depois, o mal-humorado cão já admitia carícias em sua fronte, embora permanecesse alerta. Roy recordaria depois de registrar em seu diário, se ele tivesse um, como cães demonstravam tão francamente seus sentimentos, ao contrário da maioria dos imbecis humanos que conhecia.

Monday, March 23, 2009

Roy - part 1

Roy acordou especialmente inquieto naquele dia. Abriu os olhos e demorou, aquela demora típica de quem acaba de acordar de uma noite povoada por mil e um sonhos, parecia nem ter dormido; custou a entender ONDE estava. Olhou para os lados, o corpo suado, talvez resultado da agitação de seu sono, não havia feito calor. Aos poucos, a mente foi acalmando e ele percebendo tudo normal. Levantou-se não sem dificuldade, algumas dores musculares incomodavam-no. Pegou sua bengala, que colocava sempre ao lado da cama ao se deitar, tomou impulso natural e pôs-se de pé. Lavou o rosto meio nas coxas; na verdade queria apenas sentir um pouco de água fria no rosto para começar a despertar.

Leite no microondas, café solúvel e açúcar, pãezinhos frescos sobre a mesa. Logo estaria tomando seu café. Claro, antes de tudo um cigarrinho para começar o dia. Havia tempo, um minuto e meio mais ou menos, antes do apito do microondas, indicando que o leite estava quente.

Postou-se na frente do computador, Internet fora do ar. Claro. Segunda-feira de manhã, uma das MELHORES ocasiões para ficar sem sinal. Resignou-se. Não havia ainda proferido nenhuma palavra e certamente não desejava fazê-lo com atendentes do provedor.

Dos males o menor, tinha uma desculpa para sair e caminhar. Roy gostava muito de caminhar. Não pelo exercício em si, mas porque quando caminhava parecia conseguir pensar melhor, de forma mais ordenada. O suor já havia secado em seu corpo, não era lá muito higiênico, mas Roy deu uma borrifada de desodorante para tapear a catinga e decidiu que o banho ficaria para quando voltasse. Olhou-se no espelho; já não diferenciava mais se aquele inchaço abaixo dos olhos eram olheiras ou as bolsas que se haviam formado há alguns anos; provavelmente os dois. Colocou uma bermuda e uma regata preta. Saiu.

- “Bom dia, sr. Roy!”, grasnou o porteiro, com uma voz que lhe soou irritantemente alta e desnecessariamente aguda para aquela hora. “Gronf”, retrucou, enquanto pensava: "Bom dia de cu é rola."

Sunday, March 22, 2009

Ontem à noite fui no show do Nx Zero. À parte a banda de abertura, o show dos caras é bem bacana. Simples de tudo na produção, o vocalista carrega a coisa nas costas. Canta bem, as músicas deles têm (algumas) uma letra legal, que fala ao coração e ele passa uma energia boa, é vibrante. Interessante também foi ver a garotada que vai a esse show. Cada 2,5 deles davam um de mim, em termos de idade. Que época gostosa a que essa turminha está vivendo; pelo menos pra mim foi bem legal.

Uma boa diversão.

Hoje, domingo, o corpo cobra seu preço. Todo quebrado. Se nada mais surgir, vou ler bastante. Estou com um nas mãos daquele tipo que não dá pra largar. Gosto bastante do Orwell, já li e reli algumas vezes.

Pra semana, o foco é trabalho; tem que ser. Até pra manter a cabeça o mais livre possível de pensamentos como os que me voltaram ontem, durante o show, afinal a gente esquece a idade que tem, acaba se entregando para a música e lembranças despertam. Como MAIS OU MENOS disse o Diego...

"Vc falou que era pra sempre
...

Não foi
Cabe a mim esquecer."

Será que o problema é comigo?

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PS: Nota NEGATIVA: Estacionamento a VINTE E CINCO PAUS!!!!! Abaixo, a prova do CRIME:
















E essa menina do Fake Number? Affe, por associações que nem Freud me explicaria, me lembrou ALGUÉM....
















Passou no telão do Via Funchal ontem, antes do show. Quis registrar.


Ah, quer saber? Te amo muito.

Quais são as palavras que nunca são ditas?

Friday, March 20, 2009

Futuro, julgamentos...

Minhas atividades e decisões nos últimos tempos têm sido tais que sinto cada vez menos enquadramento no modo de vida (profissional, emocional, financeiro, costumes, etc) conhecido como convencional. Vamos ver se esses novos meios tecnológicos que possibilitam às pessoas ficarem sabendo de quase tudo a seu respeito serão uma forma de desmistificação de muitos pré-conceitos (é, ainda não aderi à reforma ortográfica) ou se isso serve apenas para colocar as pessoas ainda mais à margem da sociedade, na medida em que alguém não se encaixe, como um dos membros (pai, mãe, filho, etc) no padrão de família Doriana.

Na verdade, profissionalmente falando, especificamente, e de um modo geral, para todos, é bom que se entenda e aceite que a grande MAIORIA das pessoas deixa de falar, por medo de retaliação de toda sorte, a verdade sobre si. Assim como é verdade que a grande MAIORIA das pessoas vive infeliz por causa exatamente disso. Se o discurso politicamente correto do mercado, no sentido de "valorizar e respeitar" o ser humano enquanto mola propulsora do sucesso das empresas contiver um MÍNIMO de verdade, pode estar começando uma revolução nos costumes que levará a uma melhora na saúde e modo de vida de um bom número de pessoas. Se, pelo contrário, for apenas para inglês ver, continuarão reinando a mentira, o jeitinho brasileiro e a hipocrisia nas relações humanas.

Posso estar sendo ingênuo, mas GOSTARIA de acreditar que alguma hora as coisas vão caminhar para um lado melhor. Não depende só de mim, mas estou fazendo a minha parte, o que me deixa com a consciência tranquila.

PS: Não, não sou homossexual - "Não que haja nada errado com isso!" - (obrigado, Seinfeld)

Até

Tuesday, March 17, 2009

Coping

I guess there's nothing much to do about it after all. One has to learn how to outlive periods of changing moods and, most of all, one has to ACCEPT that one's got changing moods.


Anyways, quoting George Gordon:


"I am not sure that long life is desirable for one of my temper and constituional depression of spirits."




Monday, March 16, 2009

Sobre cães e crianças




Praticamente todos os dias vou a uma praça/parque aqui perto de onde estou morando agora e lá há uma área destinada exclusivamente a cães, para que seus donos os soltem e eles interajam entre si, para adestramento, etc.

E há bancos onde se pode sentar e ler, se vc não tem um cão. É o que tenho feito.

Há algo especial sobre cães. É impossível não gostar deles. Aparentemente eles percebem algo em quem gosta deles, também, e vêm espontaneamente "abraçar" e "beijar" vc.

Quando penso nos meus, dói demais. Eles estão bem cuidados, no entanto, com gente que gosta deles e passeia com eles e tudo o mais. Eu já não estava em condições de dar o amor e a atenção que eles mereciam. Minha vida virou de cabeça para baixo e eles mereciam mais do que aquilo.

Saudades, L & L.

Há algo especial sobre crianças, também. Com crianças, vc pode ser exatamente o que é e fazer coisas que não faz com outros adultos. Com crianças eu me transformo, sou mais feliz e, guardado o devido bom-senso, mais "irresponsável". E me divirto demais. Houve uma época em que 100% das crianças que conheci me adoravam. Desde então conheci 2 ou 3 que não foram com a minha cara. Ainda assim é um bom percentual. Crianças fazem perguntas diretas e dão respostas diretas, dentro de seu universo de raciocínio.

Crianças e cães, sem comparar uns com os outros, são incomparáveis.

Sem título

É cansativo. É angustiante. Essa maldita sensibilidade. Parece um chute no saco. À primeira vista, um chute no saco doeria MAIS no momento do chute, mas a dor é residual, ou melhor, CRESCENTE, com o passar dos segundos. Dependendo do chute, no entanto, na maioria das vezes a dor passa. Não é como sentir isso. É desanimador saber que se está suscetível a cada nova decepção. E é uma lição sem fim, são capítulos e mais capítulos de dor com os quais vc tenta se animar pensando que aprendeu alguma coisa mas, para certas pessoas como eu, nunca essas coisas supostamente aprendidas chegam a ter alguma valia ou utilidade real. Quando é a prova final? Estou cansado de estudar. HAVERÁ uma prova final? Terá esse tipo de existência algum propósito? Não estou pedindo uma COMPENSAÇÃO, mas será que há ao menos um PORQUÊ?
As pessoas parecem cegas. Cegos e cegas andam ao meu redor.
E eu, o que enxergo? O que produzo, afinal? Não serei ingênuo a ponto de querer que alguém me compreenda.
O mergulho na realidade deve ser uma experiência única para cada um. Assim como na morte, deve-se enfrentá-lo sozinho. Aprender a viver só pode ser uma preparação para morrer com alguma tranquilidade.

Sunday, March 15, 2009

A melhor


Ultimamente tenho visto um pouco de TV e, de longe, a melhor propaganda que passa (sou apaixonado por propaganda & marketing, bons tempos em que eu sonhava ser publicitário) é essa da CLARO que rola "Should I stay or should I go" do The Clash



(livremente, "Vou ou não?"), enquanto mostra situações em que as pessoas têm que decidir, como pular ou não de um trampolim alto, chamar ou não a menina pra dançar num baile, etc.

Simples e MEGA bem-bolada. A publicidade brazuca é foda mesmo.

Qquer dia eu conto de quando a Nike "roubou" uma idéia minha...

Enfim





Um casamento, um grande amor, dezenas de carros, algumas viagens, muita, mas muita gente ao longo do caminho, alguns poucos marcando mais que outros, pobres, muito pobres, remediados, ricos, milionários, trabalho, muita frustração, 2 crises depressivas e suas conseqüências funestas, dezenas de remédios por muitos anos (e até agora), mudanças de residência, enfim, mil e uma coisas e mais algumas que vão compondo o que foi até então a vida de alguém.

Para dizer que:

Não tenho nada do que reclamar. Tudo que quis, tive. Se mais tarde do que pretendia, tanto faz. Aproveitei quando e quanto pude, quando tive interesse. Passaram várias pessoas na minha vida que gostaram de mim, mais do que uma ou duas pareceram ter gostado de verdade. Eu nunca soube o que fazer, mas sempre soube que tinha uma característica bastante proeminente em mim, a de não agir absolutamente em prol de conservar relações e/ou relacionamentos. Sob a ótica de um doente mental, vejo que não seria justo colocar nenhuma responsabilidade pelo que fiz ou deixei de fazer em minha doença. Fiz o que fiz, não fiz o que não fiz porque esse sou eu. Sempre fui e sempre serei. Não vejo minha vida como vazia, hoje em dia. Pelo contrário, talvez esteja em um dos momentos mais agitados e propícios a várias coisas que já se me apresentaram. Eu, no entanto, estou placidamente tirando o corpo fora. Não há, neste momento, nada que me interesse. Tenho alguns gostos, há algumas pessoas por quem tenho carinho, aqui e fora daqui, só. Ainda nesta fase da vida, é claro que, ao continuar vivendo, restam muitas coisas por descobrir. Estou descobrindo toda sorte de decepções e desapontando-me de formas que AINDA não sabia serem possíveis. Ainda assim, concluo, nada tenho do que reclamar. Tudo que plantei, colhi. Sinceramente, olhando pra trás, muito pouco eu teria feito diferente.

Só escrevi isso pq me deu um acesso de franqueza.

Saturday, March 14, 2009

O triste fim dos achadores

De achismos vivem muitos,

Acham que sabem, acham que entendem,

Não acham, porém, há muito perdidos

polidez e respeito, se algum dia os tiveram

Por não acharem, também, o amor próprio e a segurança

Acham que tentando intimidar se auto-afirmarão

Triste fim terão os achadores!

De tanto procurar (tentando achar), decerto um dia

Sobre a cabeça lhes cairá

Um piano bem pesado

E morrerão, afinal, esborrachados


E naquela seção do metrô, se porventura alguém os procurar

Não estarão entre os achados

Pq, desde que por gente se entenderam

Achados nunca estiveram

e sim, perdidos


ACHO que não ficou muito bom, mas tudo bem. Opa, o que é isso lá no alto? É um pássaro? É um avião? NÃO! É...


Friday, March 13, 2009

O menino e seu coração



O menino deixava um pedaço de seu coração em cada lugar que ele ficava. Cada vez que ele se ia, sentia um pouco menos. E ele se mudava bastante. Até que um dia, depois de mais uma mudança, ele parou, olhou pela janela e ficou assistindo a chuva cair. E pôs a mão no coração.

E percebeu que não sentia mais nada.

Esboço de uma viagem

Vigésimo andar, manhã de uma sexta-feira qualquer. Tempo nublado, por entre pequenos buracos nas nuvens é possível ver o céu azul lá em cima, e dessas frestas vem um calor gostoso. Mas predomina o vento frio. Poderia até chover. Um livro, cigarros, o celular - se fossem interromper minha ociosidade com trabalho - o aparelho de ginástica para os braços, a cadeira de sol...

Leio, leio, leio. Olho para o alto, as nuvens movem-se rapidamente. O vento. Nuvens gigantescas, em minha memória alguma associação com os velhos monstros do Ultraman. A mente vagueia. Dá medo, até. Prestar atenção lá em cima - sentir-se lá em cima - faz a gente lembrar de quanto tempo andamos aqui embaixo, geralmente olhando para baixo ou, no máximo, para os outros, e faz pensar - não cientificamente - nos mistérios e, quem sabe, nas respostas para tantas perguntas que podem - ou não - estar lá em cima, além de qualquer alcance.

Largo o livro no chão e detenho-me em apreciar o movimento das nuvens. O vento torna-se cada vez mais frio, rápido e forte. A idéia de algum sol é esquecida. As plantas nos vasos no solário ameaçam vergar. Minha camisa cai da mesa onde a tinha deixado. A cadeira onde estou recostado balança. Os chinelos começam a se mexer sozinhos, arrastados pelo vento.

Tentando ficar indiferente à natureza, pego novamente o livro e volto a ler. Meu calção enche-se de ar e novamente vem a sensação de que estou prestes a despegar do chão. Será possível? Mais de 80 kg... Sentindo-me ligeiramente desconfortável, sinto meu coração acelerar um pouco. É óbvio que essas coisas só acontecem quando se está sozinho.

Finalmente, rendo-me à situação. Sou levantado e arrastado pela ventania, à qual, por força da ignorância, já não sei mais do que chamar. Está frio. Em meio às nuvens escuras, já não diviso mais nada compreensível aos sentidos. O que acaba dando no mesmo, pq não consigo manter os olhos abertos.

Lembro-me então de uma passagem do livro que estava lendo: "Enquanto vivos, experimentamos apenas um hemisfério da vida." De certa forma, isso me conforta. Não há luz nem escuridão; não há calor nem frio. Não há respostas. Não há nada.

Wednesday, March 11, 2009

Tantas coisas p/ escrever...





Observo tanto e retenho tão pouco em minha memória, affe. Bom, vamos lá, primeiro sobre ela: aliás, na verdade, sobre mim, mas pensando nela: ontem doeu. Doeu de saudades. Queria vê-la demais. Tudo depois de um fato que me trouxe a lembrança dela, mais viva do que nunca e a constatação de que, com essas mudanças todas na minha vida, tudo que eu queria, pensava e planejava há poucos meses ficou irremediavelmente pra trás. Mas o sentimento, esse permanece. Pq é verdadeiro, como foi desde o início. Pena que tenha sido assim. Por outro lado, às vezes penso que aconteceu exatamente como deveria acontecer.

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Estou trabalhando cada vez mais rápido. Bom. Pensando mais rápido, também. Rendendo cada vez mais. Nem sei a que limite dá pra chegar.

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Tenho saído muito, mas tenho que diminuir isso. Não posso mudar meu foco, fiz o que fiz para trabalhar mais e melhor. Foi natural, no entanto. Conheci vários amigos e amigas da minha irmã. Gente boa e divertida. Bebi um pouco demais ultimamente.

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De forma geral tenho me sentido melhor. Mais disposto, mais produtivo e mais útil. Minha incapacidade de cultivar relações continua, no entanto. Gente de meu (agora) antigo bairro me liga e eu vou arquivando as ligações para retornar sabe-se lá quando. Affe. Bom, mais pra frente eu cuido disso. As relações virtuais estou retomando, aos poucos, algumas. Sinto-me melhor para fazer isso, embora ainda ache que não tenho mais nada com que contribuir, se é que algum dia tive.

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Ontem achei uma correntinha com a identificação dele. Vou usá-la para sempre. É o mínimo que posso fazer para me lembrar sempre do que aconteceu, de por que aconteceu. Te amo, meu amigo. Nunca vai haver ninguém em seu lugar.

Tchau

Saturday, March 7, 2009

Não existe o botão do foda-se (postado no orkut)




Tenho reparado como as pessoas, revoltadas com a condição em que se encontram, com o que outros falam ou pensam delas e/ou com coisas sobre as quais não têm absolutamente nenhuma influência ou responsabilidade dizem que e/ou aconselham outros a ligar o botão do foda-se.

Penso que é um engano. Admitindo que, por uma razão ou por outra, com o que pode-se ou não concordar, temos nossa sensibilidade mais à flor da pele devido às situações que já vivemos e como elas nos afetaram e continuam a nos afetar até hoje; concordando que o mundo não é lá o lugar mais justo que existe, que as pessoas julgam mesmo, por maldade sim, mas às vezes até pq formar um julgamento sobre uma coisa ou uma pessoa é algo inato ao ser humano, muitas vezes fazemos isso até inconscientemente, enfim, admitindo, finalmente, que estamos sujeitos a, em momentos em que só nós sabemos o que estamos sentindo, ficarmos mais ou menos transtornados com esse estado de coisas e pensarmos que nossa condição de tristeza e desolação viverá conosco até o fim de nossos dias ou até o dia em que venhamos a atentar contra a própria vida, penso que, para conviver melhor com isso tudo, seria mais adequado entender o seguinte:

1 - A opinião dos outros a nosso respeito importa, sim. O ser humano, em seu cérebro, possui o centro do prazer, a parte que guia certas atitudes que tomamos em busca de recompensas que ativam partes de nosso cérebro que liberam substâncias que nos fazem sentir prazer. Gostamos quando somos elogiados, compreendidos. Ficamos mal quando acontece o contrário. Muitos de nós terminam por escolher não opinar mais, ou até mesmo acaba acontecendo de desenvolver raiva pelo ser humano em geral após uma série de frustrações. Daí muitos passarem a se auto-denominar misantropos. É mais fácil e é mais cômodo. Na maioria das vezes, é mais errado tbém.

Não há mal nenhum nem é vergonha ou demérito querer ou buscar aprovação. É simplesmente uma característica natural a mim e a você.

O que eu faço, o que eu tenho feito há anos e que, de certa forma, proporciona uma capacidade de adaptação talvez um pouco melhor à mim mesmo e ao ambiente que me cerca é tentar filtrar ao máximo o número de pessoas cuja opinião realmente importa para mim. Isso não impede que, dentre aquele pequeno círculo que sobra, quando de uma controvérsia ou algo que considere que me machuca acontece, eu deixe de sentir. Mas sem dúvida é muito mais simples lidar com menos casos onde isso aconteça.

Até que ponto devo permitir que o que outro pensa me afete? Creio que depende muito de QUEM é esse outro.

Tomando como exemplo este mesmo orkut, vejo gente que acaba chegando ao ponto de formar grupos, os mesmos grupos que, por atitudes opostas são condenados (com razão, diga-se) onde não consigo ver nada de produtivo acontecendo ou sendo ao menos semeado. São pessoas se enganando, e pior, sob a pretensa justificativa na qual eles mesmos tentam acreditar, a de que se sentem melhor entre seus iguais.

Nem tanto lá nem tanto cá. Separatismo e isolamento são atitudes compreensíveis e justificáveis em um primeiro momento, mas a longo prazo só o que fazem é alongar nosso tempo de sofrimento. Dentro desses grupos de isolamento, pensando estarem fazendo o que há de mais justo, critica-se o modo de vida, de ser, de pensar e tudo o mais em quem nos desagrada, exatamente a mesma coisa que repudiamos que façam conosco.

Quando vc torna público um pensamento ou uma opinião, é NATURAL que discordem de você. De formais mais ou menos polidas, acaba sendo natural constatar que, pelas mais diversas razões, às vezes sejamos confrontados até com ignorância e intolerância. Em círculos sociais, aqui, acolá, em qualquer situação. Quando acontece comigo, o que é bem comum, absorvo o que entendo ser construtivo, compreendo quando o comentário traz algo de revolta - eu posso ERRAR e tenho que saber disso e aceitar esse fato - eu posso magoar - mesmo que não tenha tido essa intenção conscientemente, eu posso desagradar, enfim, a(s) pessoa(s) podem simplesmente não gostar de mim, de graça. É um direito que lhes assiste.

Em alguns outros casos, divirto-me com o que dizem sobre mim, até. Não é um tipo de sarcasmo, é simplesmente algo que não me chama à necessidade de resposta alguma, tão absurda é a maneira como é colocada a opinião.

Creio que devamos ter bem definido que aqueles que são sangue de nosso sangue e, fora esses, certas outras pessoas por quem tenhamos admiração, respeito ou algum sentimento que envolva, em maior ou menor grau, bom-senso, essas são as pessoas em relação a quem devemos tentar, aceitando que nem sempre conseguiremos, ter atitudes e falar coisas que levem a uma convivência das mais harmoniosas possíveis.

Quando, com ESSAS pessoas, tivermos problemas frequentes, aí sim passa a ser merecedor de uma preocupação maior e de providências a respeito.

De resto, viva e deixe viver. Cada um no seu quadrado, ninguém é melhor do que ninguém.

Se você SABE que tem seu valor, poucas coisas podem te afetar gravemente. Lide apenas com essas de modo mais sério. Para as outras, assim como eu faço, jogue a FRANJA.

É mais ou menos isso.

Uma última coisa: Comparar é inerente ao ser humano. Se eu fosse levar em consideração quantas idéias já formaram a meu respeito baseadas em comparações com este ou aquele, já teria me matado. Já que NÃO é possível extirpar esse padrão de comportamento nos OUTROS, pq não formar uma idéia a respeito de nós mesmos SEM nos compararmos a ninguém? Oh, este ou aquele deve ser bem mais feliz que eu, veja como é bem sucedido, tudo dá certo para ele/a, tudo vem mais fácil, etc.

Esqueça isso. Pelo menos VOCÊ, já que os outros vão sempre lembrar de te comparar com fulano ou sicrano para, no mais das vezes, te dizer que merda vc é.

Sem confundir com conformismo ou com aceitação incondicional de tudo, pense que, talvez, diferentemente do famoso dizer, a melhor defesa NEM SEMPRE é o ataque.

Thursday, March 5, 2009

...

Uma equação que não tem solução:

Problema a) O mundo não é como eu queria que fosse.
Problema b) Eu não sou como o mundo esperava que eu fosse.

Consideração 1: Eu não vou mudar.
Consideração 2: O mundo não vai mudar.

Conclusão: Não há muita graça, pra não dizer graça nenhuma, em viver desta forma. Nada do que é bom em mim faz nenhuma diferença. Pra ninguém.

É uma constatação bem simples e racional.

E é isso.

Wednesday, March 4, 2009

Alguém muito especial


na minha vida me dizia que no fundo éramos todos bissexuais.

Não concordo. Sou irremediavelmente hetero. Mas isso não me impede de achar homens bonitos, e por isso coloco a foto desse pedaço de mau caminho.

PS: Minha auto-estima está Lááááááááááááááá em cima, tks. (emoticon de rs).

2 filmes e a apresentadora do Radar SP na Globo




Pois bem, bom dia.



A apresentadora da Globo, programa Radar SP, que fala sobre trânsito e tals, não satisfeita em dizer ontem que era 3 de FEVEREIRO, volta hoje e diz: "Bom dia! Hj é 4 de FEVEREIRO...patati, patatá..."

Bom, deixo 2 sugestões , esperando que ela pare de assistir a um e comece a assistir ao outro para entrar nos eixos. (ou então que me conte o que ela possa estar tomando, que está dando um barato lascado).

Tuesday, March 3, 2009

Falou e disse


"(...) A partir do momento em que nos esforcemos em viver sinceramente, tudo irá bem, mesmo que tenhamos inevitavelmente que passar por aflições sinceras e verdadeiras desilusões; cometeremos provavelmente também pesados erros e cumpriremos más ações, mas é verdade que é preferível ter o espírito ardente, por mais que tenhamos que cometer mais erros, do que ser mesquinho e demasiado prudente. É bom amar tanto quanto possamos, pois nisso consiste a verdadeira força, e aquele que ama muito realiza grandes coisas e é capaz, e o que se faz por amor está bem feito. (...)"

Resumindo: "A partir do momento em que nos esforcemos em viver cometeremos também pesados erros e cumpriremos más ações, mas é preferível ter o espírito ardente do que ser mesquinho e demasiado prudente. Aquele que ama realiza grandes coisas."

Falou e disse, Vincent. Retirei um pouco do contexto original mas, oras bolas, disseram que vc não tinha mesmo o dom da palavra, que era melhor com um pincel na mão...

Imprensa de credibilidade

Ontem apareci no UOL por algumas horas. Foi a 2a. vez. A legenda da foto dizia que eu estava em determinado lugar da cidade e dava até a ZONA da cidade à qual aquele determinado lugar pertencia.

Pois bem, eu estava numa zona completamente DIFERENTE, em um ponto completamente DIFERENTE daquele que a legenda do UOL apregoava.

Se com um nada como eu a turma dá uma "mudada" na realidade, fico imaginando com quem e com que realmente importa o que não deve acontecer...

Monday, March 2, 2009

Caminhando

Do alto, contemplo a cidade.

No terraço do prédio vizinho desponta uma senhora velha e obesa, que já não sustenta mais o próprio corpo apenas com a força de suas pernas e sai do cômodo interno para o espaço aberto, pondo-se a andar com a ajuda de um andador.

O espaço de que ela dispõe é exíguo, um pequeno corredor de uns 4 metros de comprimento por 1,5 de largura. Ela vai, dá de cara com a parede e volta. Vai e volta. Vai e volta.

Também eu vou e volto. Fumo e faço flexões. E leio. E olho para o céu e penso, penso...

Estou cada vez mais intrigado com o número absurdo de vezes em que meu humor muda durante o dia. Assim como me parece absurdo o fato de eu perceber essas mudanças. Da mais autêntica euforia, alegria com a vida, pela vida, a um profundo desengano, descaso com as coisas e com o futuro, desesperança.

Saudades das duas irmãs e, pq não, da mãe delas, tão parecida com a minha.

No momento, sinto-me profundamente sozinho e nada desperta um interesse real. No entanto, muito se deve a minha infeliz incapacidade de fazer o mínimo dos esforços para cultivar relacionamentos.

Seria eu, em algum grau, um maníaco-depressivo?

Não gosto de pensar que sim, mas muita coisa tem direcionado meus pensamentos nesse sentido.

Sunday, March 1, 2009

Sobre algumas coisas

Não apagaram meu orkut, afinal, deve ter sido um bug. No dia seguinte acessei normalmente.

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Estou tomando sol esses dias. Meio contra a minha vontade e com protetor 30, mas até que a
corzinha está ficando legal.

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Como diz o velho deitado, há dias em que a noite é foda. A lembrança dela vem com tudo e fica difícil aguentar o aperto no coração. Delas.

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"Seu isolamento voluntário e seu orgulho o empurram irremediavelmente à derrota. Ninguém parece estar interessado nele. Empreendimentos que dão errado, fracassos em cadeia, ele tem a impressão que seu horizonte escurece um pouco mais a cada dia."

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Estou recuperando o peso perdido. Nada como comida caseira.

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Engraçado, as frases acima foram escritas à tarde, e eu tinha a intenção de terminar o post agora à noite com alguma coisa bem-humorada. Mas meu humor mudou, dei uma caída.

Vai entender

Boa semana pra mim