Sunday, July 19, 2009

Asia - parte final


Nunca penso muito em mim antes de ir para esses lugares. De repente, lá para o início da madrugada, rola o clima pra todo mundo e eu me vejo lembrando das mesmas coisas. E sento em algum canto e fico olhando para o nada com a mão no queixo, como um bobo completo.

Os casais vão se formando (e se reciclando conforme passam os minutos, isto é, A que ficou com B fica com C, e B fica com D, e talvez C fique tbém com B, dependendo do grau alcoólico no sangue) e a coisa vai esquentando - para todos.

O fato é que, depois da época em que falei com ela de novo, parei com tudo. Já não estava vendo sentido em nada, depois começou a me parecer, além do mais, errado (é, errado. EU é que sou um errado, mas tudo bem).

Bom, estou lá, pensando e repensando, sem absolutamente interesse algum em nada. Por "nada", entenda-se mulher.

De repente, sinto uma mãozinha no meu ombro. Levanto a cabeça e é uma loirinha linda, de uns 23 anos. Vestido preto, olhos claros, corpo bonito, uma graça de garota.

Ela pergunta, com a voz toda maciazinha:

- Vc está triste?

(hehehehehe). Aiai. Chega a ser engraçado.

- Não, estou só com sono. (Achei que seria o suficiente para ela se ligar e ir atrás de outro bacana, mais esperto, mais bonito e, principalmente, mais interessado).

Não foi.

- Quer que eu tire as coisas desse sofá pra vc deitar? (Sorrindo).

- Não, linda, obrigado.

E continuou dançando do meu lado.

Dali a alguns momentos, decidi levantar e ir olhar a turma (do tal de camarote tem-se a visão total da pista). Mal me levantei e ela:

- Tchau. (Sorrindo).

- Pq, vc vai embora?

- Não, mas acho que vc vai.

- Não, vou olhar o pessoal na pista.

Dei um passo e meio.

Ela segurou minha mão.

Dei mais um passo, ela segurou mais forte e veio junto.

Sabe, a menina nada tem a ver com minha estranheza. Provavelmente ela n estava entendendo nada. Senti uma ponta de carinho.

Voltei, peguei-a pela cintura, olhei diretamente em seus olhos e dei-lhe um beijo carinhoso. No rosto.

- Desculpe, disse eu.

E soltei minha mão. E virei as costas e fui olhar a pista.

Quando voltei, ela tinha ido. Lógico.

Às vezes faço certas associações de imagens bizarras na minha cabeça.

Estou na UTI, sendo mantido vivo à custa de fios.

Estão desligando os fios, um a um.

Ontem desligaram mais um.

Estou por um fio agora.

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