Saturday, June 6, 2009

Ontem

Depois de uma situação que se iniciou na noite anterior e provavelmente terminou na tarde de ontem, fiquei arrasado. Prostrado. Meu corpo reagiu de maneira estranha, até. Eu, que adoro frio, ando confortavelmente de bermuda e camiseta a temperaturas de 13 graus, comecei a sentir um frio insuportável - dentro de casa. Almocei pouco e arquivei-me debaixo das cobertas. Até minha mama me perguntou, durante o almoço, vendo minha expressão, o que tinha acontecido para eu estar com aquela cara de abatido. Fato é que não consegui olhar para o trabalho. Olhar até olhei, tentei raciocinar sobre como começar, mas não foi possível. Deitei, tentei pegar "Crime e Castigo", que estou lendo, e tbém não consegui focar minha atenção. Um profundo desânimo, uma sensação de ter sido condenado sem entender muito bem o porquê. Franz K. fala bem, embora meio prolixamente, sobre isso, em "O Processo". Cheguei a mais uma triste conclusão/constatação sobre mim. Tão fartamente e exageradamente elogiado pelo meu poder de convencimento & argumentação, às poucas pessoas que me importaram fazer-me entender eu fracassei vergonhosamente, tal como o Baresi cobrando o pênalti na decisão da copa de 94 contra o Taffarel.
Adormeci, numa espécie de torpor tranquilo, tal como em "Comfortably numb", do Pink F. Acordei por volta de 8 da noite. Minha irmã me chamou para ir no bom e velho Operetta. Disse-lhe que precisava trabalhar, expliquei o bode da tarde - ela sabe da situação, mas ela insistiu, "vamos lá, amanhã vc trabalha". N precisou insistir muito. Afinal, embora com algumas peculiaridades que demandarão mais tempo do que o normal, a quantidade de texto deste trabalho específico não é lá tão grande, o que torna viável entregá-lo na 2a. de manhã, que é o prazo. Combinamos de sair de casa as 11. (esse "as" antes das horas eu confesso que estou em dúvida se é craseado, mas deixemos assim mesmo, estou bem menos perfeccionista quanto a escrever - quando é sem compromisso profissional, bem entendido).
Foi uma noite surpreendentemente bacana. A mesa com gente bacana, dei boas risadas. O pessoal de sempre por ali, tbém, aquele alô para todos. Embora eu n seja do tipo que cria raízes, acho bacana aquela turma que vem te abraçar, dar um beijinho, os habitués de lá. Na verdade eu sou quase um habitué tbém.
Ontem bombou lá. affe. Depois de algumassssssssssssssssssssssssssss Skols e algunssssssssssssssssssssssss cigarros e um papo agradável, chegou a minha vez e mandei um "Alive", do Eddie V., pra galera. O pessoal cantou junto. É interessante como quando canto essa música esqueço de tudo, fecho os olhos até e dou tudo. Sinto que nesse momento até chego a passar uma vibe positiva. Fora que o pessoal adora quando alguém se arrisca a algo diferente dos Vitor e Léos da vida. Mais tarde, subi pra ir fazer pipi e uns bacanas que eu nunca tinha visto falaram que eu mandei muito bem, enquanto eu passava, no caminho até o pipi room.
Mais tarde a A., da banda C. de A., estava lá e desceu pra cantar. Claro que música da banda. O povo foi ao delírio. Foi uma espécie de uma pequena canja, todo mundo gostou. Até eu. Estavam lá tbém o M.V., que eu n conheço mas me falaram que esteve na Casa dos Artistas. Bonito pacas esse cara. Mandou um Born to be Wild e n fez feio não. Disse "estavam" pq ele estava com o irmão, que estava com a namorada e vários outros amigos e amigas.
Virou uma zona gostosa, o pessoal puxava a gente pra cantar com eles, aquela bagunça tranquila que uma certa quantidade de álcool proporciona, todo mundo fica mais sociável e todos ficam amigos de todos.
Lá pelas tantas, o irmão do M.V. sobe para mandar um "My Way", do Frank, mas está tão mamado que n consegue nem falar direito. A namorada, com ele no palco, coloca o microfone dela na frente da minha boca - minha mesa era de frente para e grudada ao palco. Gostando do que ouviu, me puxou para um dueto com o namorado e desceu do palco. Deu que o cara se emocionou, me abraçou e cantamos juntos. Acabou, o cara continua agarrado em mim, "Meuuuuu, caraaaaaaa, sou fãzaço do Frank e nunca vi alguém cantar ele como vc (o que o álcool n faz com o julgamento das pessoas...). Escuta, eu sou dono do bar tal e de mais esse e aquele e aquele outro e tbém trabalho com isso, aquilo e aquilo outro, e meuuuu, vou te levar lá, vc vai cantar comigo, meu, tem 700 pessoas lá n sei onde, fechadooooo?" - "Fechado, cara, fechado". E dá-lhe conversa. Um cara bacana. Mais tarde ainda, uma menina despenca de bêbada no chão, ontem quase todo mundo exagerou na cana. Levei ela, ajudado pela namorada do irmão do M.V., que aliás tem um apelido carinhoso que n posso falar por aqui, ao banheiro. E a menina (a que desabou) ainda queria ir dirigindo pra casa...
Mais tarde rolou um começo de stress no palco, um camarada levantou e cruzou os braços, nervoso, para dois mamados que foram atrapalhar a cantoria da namorada dele, esperando eles descerem pra ver qual é que era, depois de tirar o fio do microfone deles. Levantei também, para fazer número. Dois X Dois fica melhor do que Um X Dois. N deu nada.
Lá pelas 4 da manhã, fechou a bagaça mas continuamos, um grupinho, lá fora, conversando mais um pouco. Até de Neil Gaiman encontrei um bacana que entendia.
Ah, ainda lá dentro, a dona do Operetta, a N., sentou com a gente e me convidou pra cantar na abertura de uma casa que vai ter aí, n entendi direito, parece que ela tá juntando um pessoal convidado e quer que eu cante na abertura. Falei que ia, beleza, tô em qualquer parada agora.
Ah (2), lá pela meia-noite entra uma msg no celular super fofa de uma menina muito bacana.
Pra terminar: linda, só n deu pra digerir que eu estou de saco cheio de vc. N contava com essa, n mesmo. Acabou comigo.
É isso, agora vamos voltar ao trabalho.

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