Wednesday, June 10, 2009





A luz, a única luz daquele quartinho pequeno e abafado, havia sido dirigida diretamente à sua face:






- POR QUE? - trovejou o mastodonte de paletó e gravata, enquanto aplicava-me um direto no nariz com seu soco inglês envolvendo os dedos da mão direita, embora ele tenha usado a esquerda para desferir o soco.






Eu não estava entendendo direito a situação. Amarrado àquela cadeira, cercado por aquele pessoal que lembrava um grupo de ex-campeões mundiais de peso-pesado de box vestidos a caráter para tirarem um instantâneo 3X4, só pude sentir o sangue que escorria do nariz quebrado sobre meus lábios, que, como resultado da surra até então, pareciam ter saído de uma aplicação maciça de botox.






- POR QUE ELA TE LIGOU???? - insistiu o armário, partindo no meio, contra meu crânio, uma tora de madeira que mais tarde usaria para acender um pequeno fogaréu, onde todos os pertences que trazia comigo seriam queimados, juntamente com minha identidade e meu estômago, que ardia terrivelmente - talvez reflexo da pimenta baiana que usei em excesso no hot dog que tinha engolido horas antes. Resolvi tentar pela via diplomática.






- ELA QUEM, CARALHO????






(Cont.)









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