Friday, June 26, 2009

Após utilizar as linhas abaixo em resposta a alguém, pensei que elas tbém podiam, talvez, serem úteis de alguma forma aqui, nem que sejam apenas para eu mesmo reler de quando em quando:
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É dose quando chega o ponto em que concluímos que as pessoas que nos importam vão ficar melhor sem nós. Eu vejo isso sob dois pontos de vista: 1) Elas não vão, mas é meio que impossível tirar essa idéia (de que vão) da nossa cabeça em determinados momentos ou fases. 2) Elas não vão, mas infelizmente para todos, tem horas que vc quer mais é que se foda, por mais cruel e egoísta que isso possa parecer.

A short story I heard talking to a friend (who happened to be a girl) just the other day, face to face. Ela tinha me pedido pra adicioná-la no Orkut, eu falei que não rolaria, tinha deletado minha conta, etc e tals. O papo rolou pra esse lance de se matar, conversa vai, conversa vem...:

(Rafa, desculpe se eu me emocionar. Meu primo estava noivo, com a data de casamento marcada. Ele já tinha uma filhinha de outra relação, e ele tinha 24 anos (or so). Ele tinha um emprego razoavelmente bom; o pai, este não tinha muitas posses, mas tinha ajudado de alguma forma a levantar uma casinha lá em (sei lá onde). Ele (o primo) sempre foi um cara alegre e comunicativo. Era espírita. Em fevereiro último, em um determinado dia, ele estava estranho no trabalho. O chefe lhe perguntou, o que há com vc, fulano? Ele disse: não sei. O chefe: É físico ou emocional? Ele: Talvez os dois. O chefe: Ok, quero que vc tire o dia, mas antes passe na enfermaria e volte aqui pra me dizer o que deu. Ele: ok.
Rafa, esssa história eu soube quando voltei pra casa, à noite. Quando ele chegava do trabalho tinha, necessariamente, que passar na frente da minha casa, pois morávamos na mesma rua, mas ele um pouco mais adiante. E eu costumava ficar no terraço, e o via passar quase toda noite. Ligaram da delegacia. Minha mãe atendeu. Fiquei desesperada, porque o (fulano) nunca tinha arrumado encrenca, era um cara de boa paz. Pensei logo que ele devia ter sido assaltado ou algo parecido. Pediram pra gente ir pra lá. Fomos todos, e a fulana (noiva dele) foi também. Ele nunca chegou a passar pela enfermaria, nem voltou pra falar com o chefe. Ele foi pra um hotel perto do trabalho. Em vista de que ele não voltava e não foi pra casa, o chefe acionou a polícia. Ele se enforcou no hotel. Deixou um bilhete pedindo pra que a filhinha não ficasse sabendo como ele tinha morrido por tanto tempo quanto fosse possível.

Rafa, a noiva dele virou nossa irmã. Nossa família toda é espírita, e nós a temos arrancado de casa sempre, pq ela ficou em estado de choque. Agora (*agora esses dias, não mais do que uma semana atrás, quando eu e essa amiga conversamos*) é que ela está começando a falar um pouco mais. E ela não aceita. E a filha dele sabe que ele morreu e não aceita, chora desde que ocorreu, chora até hoje, e está estranha, está estranha com a gente e estranha na escola. E eu choro todos os dias. E ainda fico no terraço, como se ele fosse passar por ali. E outro dia levei um susto, passou um cara e eu pensei que era ele, e o chamei. E claro que não era. As pessoas pensam que a gente vai esquecer delas depois de sofrer um pouco. Mas não, viu Rafa? Esse tipo de coisa mudou as nossas vidas. Pra sempre.)
E ela chorou. E eu a abracei. E não tinha nada pra dizer a ela.

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