Sunday, March 15, 2009

Enfim





Um casamento, um grande amor, dezenas de carros, algumas viagens, muita, mas muita gente ao longo do caminho, alguns poucos marcando mais que outros, pobres, muito pobres, remediados, ricos, milionários, trabalho, muita frustração, 2 crises depressivas e suas conseqüências funestas, dezenas de remédios por muitos anos (e até agora), mudanças de residência, enfim, mil e uma coisas e mais algumas que vão compondo o que foi até então a vida de alguém.

Para dizer que:

Não tenho nada do que reclamar. Tudo que quis, tive. Se mais tarde do que pretendia, tanto faz. Aproveitei quando e quanto pude, quando tive interesse. Passaram várias pessoas na minha vida que gostaram de mim, mais do que uma ou duas pareceram ter gostado de verdade. Eu nunca soube o que fazer, mas sempre soube que tinha uma característica bastante proeminente em mim, a de não agir absolutamente em prol de conservar relações e/ou relacionamentos. Sob a ótica de um doente mental, vejo que não seria justo colocar nenhuma responsabilidade pelo que fiz ou deixei de fazer em minha doença. Fiz o que fiz, não fiz o que não fiz porque esse sou eu. Sempre fui e sempre serei. Não vejo minha vida como vazia, hoje em dia. Pelo contrário, talvez esteja em um dos momentos mais agitados e propícios a várias coisas que já se me apresentaram. Eu, no entanto, estou placidamente tirando o corpo fora. Não há, neste momento, nada que me interesse. Tenho alguns gostos, há algumas pessoas por quem tenho carinho, aqui e fora daqui, só. Ainda nesta fase da vida, é claro que, ao continuar vivendo, restam muitas coisas por descobrir. Estou descobrindo toda sorte de decepções e desapontando-me de formas que AINDA não sabia serem possíveis. Ainda assim, concluo, nada tenho do que reclamar. Tudo que plantei, colhi. Sinceramente, olhando pra trás, muito pouco eu teria feito diferente.

Só escrevi isso pq me deu um acesso de franqueza.

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