Poderia fazer um apanhado geral dos últimos dias, já que me propus a manter este espaço atualizado, na medida do possível.
Poderia falar que ainda não revi a garota que citei no outro post, mas que isso não deve tardar.
Poderia falar da noite de aniversário de uma amiga, onde uma garota de cabelos negros, quadril largo e pele clara, bem clara, de não mais do que 1,65m me "puxou" para "dançar" e de como colamos nossos corpos e rostos, e de como ela falava de coisas nas quais nem ela estava minimamente interessada, que dirá eu, rindo comigo mesmo da inutilidade dessas conversinhas que precedem o beijo e outras coisas. Poderia falar de como a pus de costas para mim segurando-a pela cintura e colei-a no meu corpo, e de quais transformações instantâneas isso produziu em certa região geográfica conhecida como "os países baixos". Poderia falar da frivolidade de tudo isso, mas até para a minha chatice há limites.
Poderia falar de mais uma discussão familiar, que certamente me custará mais alguns anos de vida, já que cada vez que isso acontece, é quase possível "sentir" aquele veneno interior espalhar-se pelas entranhas e consumir, cada vez um pouco mais, a chama de vida que se tem dentro de si.
Poderia falar do almoço de ontem na casa de alguém, onde presenciei mais um capítulo do esfacelamento de um casamento. Poderia falar de como a maior parte dos casais que conheço está ou em crise, ou fazendo vista grossa às traições um do outro, ou ainda juntos por interesse de uma das partes ou simplesmente vivendo a mais pura e cristalina hipocrisia.
Poderia falar de como meu sobrinho de 27 quilos se jogou em cima de mim, que estava deitado, caindo de bunda sobre minhas costelas, e sobre minha suspeita de que alguma esteja ao menos fraturada, tamanha é a dor até para respirar mais fundo. Talvez eu tire uma chapa hoje, se nada mudar e se eu tiver disposição.
Poderia falar do blog de uma amiga, que ainda não visitei, mas que não esqueci (aliás, se não visitei ainda não posso falar).
Poderia falar de tudo isso, pormenorizadamente. Mas vou falar da cena que presenciei ainda hoje pela manhã, quando fui dar uma volta na praça buenos aires, aqui em Higienópolis, após ter entregue um trabalho logo cedo, e sentei-me para ler um pouco. Chamou-me a atenção uma criança, uma mini-gente, talvez uns 2 anos, não mais, que caminhava lentamente e a passos incertos, seguida logo atrás por sua mãe. Ocorreu que a criança deparou-se com uma pequena (enorme, para ela) valeta no caminho, que um adulto cruzaria facilmente com um passo apenas, e decidiu-se por transpô-la. A mãe, desinformada e desapercebida da intenção da pequena, pegou-a no colo e tomava o caminho de volta quando a criança abriu o berreiro. Sua resolução havia de ser respeitada. Resignada, a mãe coloca-a no chão novamente e a criança examina o terreno a sua frente, e dá um par de passos. Desequilibra-se, quase tomba para trás, (a mãe preparada para segurá-la, mas sem tocá-la até então) firma as perninhas. Metade (a metade descendente) da valeta já tinha sido conquistada. Instintivamente, a pequena angula seu corpo para subir a outra metade e, num embalo surpreendente, vence o obstáculo e olha para a mãe com os olhos arregalados de felicidade.
Poderia falar de tudo que mencionei, mas essa última cena que descrevi me fez ganhar o dia.
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